segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A presença do Orientalismo em comentário de Arnaldo Jabor


Como o discurso ocidental disseminado pela mídia distorce a realidade histórica do Oriente
Por Sâmia Gabriela Teixeira e Maura Silva
Já dizia o escritor árabe Edward Said sobre os perigos do orientalismo na construção – ou melhor, desconstrução - da visão sobre a cultura oriental e a história dos árabes e muçulmanos. Não por acaso, o orientalismo surgiu com força na época de maior expansão da dominação da Europa e Ocidente no Oriente, quando no período de 1815 a 1914 o colonialismo direto europeu cresceu cerca de 35% para 85% em todo o mundo, de acordo com estudos de Harry Magdof, publicados em seu livro “Colonialism”, parte da 15ª edição da Enciclopédia Britânica de 1974.
Seguindo o padrão ocidental previsível, o comentarista Arnaldo Jabor, que atualmente tem sua coluna fixa na rádio CBN da Globo, no dia 2 de outubro descreveu o povo árabe como “parasita do Ocidente” e líderes religiosos como “canalhas” que se aproveitam da fé de um povo que “não tem nada a não ser Allah”.
Não é nenhuma surpresa que um canal da grande imprensa utilize tais elementos para falar sobre o Oriente, mas é necessário que outros meios busquem esclarecer as desinformações veiculadas na mídia para que o lugar comum não ganhe status de opinião de “especialista” e que desta maneira deturpe realidade e história de outra cultura.
Logo no início do discurso de Jabor, os primeiros comentários já revelam falta de conhecimento ao dizer, em tom negativo e presunçoso, que os árabes vivem hoje na Idade Média. Fica claro que o comentarista, além de analisar muito superficialmente a atual situação do mundo árabe, ignora o fato de que no período medieval a Europa – dita por ele como tão avançada e civilizada - era formada por diversas cidades cercadas por muralhas e governadas majoritariamente por senhores feudais que se orgulhavam de não saber ler. Neste mesmo período, sobretudo entre os séculos IX e X da era cristã, a civilização muçulmana compartilhava da mais desenvolvida sabedoria filosófica e científica na Espanha, Itália e Sicília, enquanto regiões da Europa, “vítima do parasitismo árabe” nas palavras de Jabor, apenas a partir do século XI firmava suas primeiras tendências científicas, quando bispos passaram a autorizar traduções para o latim de importantes livros de autores... árabes – pasmem!

Durante os séculos XII, XVIII e XIV, o trabalho dos tradutores não cessou, pondo em latim não  a Rhazés,Albucassis, Avicena, Averróes, mas também autores gregos, como Galeno, Hipócrates, Arquimedes ePtolomeu, que os muçulmanos haviam vertido em sua própria língua () O fato é que a Idade Média conheceu a antiguidade grega depois que esta passou à língua dos discípulos do Profeta () Sim, deve-se aos árabes o conhecimento da antiguidade; mas não aos curandeiros da Idade Média, que até o grego ignoravam; por isso, devemos àqueles uma gratidão eterna por nos terem salvado tão precioso tesouro. “Apagai os árabes da História – disse Libri – e o renascimento das letras tardará muitos séculos na Europa.
(KURAIEM Mussa, 1962)

Em relação à religião, dramatizada no comentário de Jabor e julgada de maneira irresponsável e limitada, o Islã mostrou-se uma das crenças mais tolerantes da história, e o comentarista ignora o fato de que se hoje há os fundamentalistas, boa parte – senão total parte - da
responsabilidade pela existência de tais grupos é exatamente devida ao apoio político, interesse geopolítico e comercial, e também aos meios de comunicação e discursos propagandistas do Ocidente, que muitas das vezes desenha o fundamentalismo na luta legítima do povo contra a opressão e exploração das grandes potências.
Ainda que tudo isso seja discutido entre sérios profissionais historiadores e cientistas políticos, os estudos de Edward Said sobre o orientalismo ganham a confirmação de que o conhecimento domesticado no Ocidente produziu um discurso científico capaz de “legitimar uma autoridade sobre o Oriente”. Isso porque, afinal de contas, aparenta que tal opinião do comentarista em relação aos radicais árabes é utilizada apenas como gancho para outras ofensas que ele rasga na sequência, sobre, por exemplo, o fanatismo dos que queimaram bandeiras dos “Estados Unidos, Europa etc”. Ora, é por aí também que se explica a falta de fundamento ao afirmar que hoje os árabes são atrasados e “parasitas” do Ocidente. Fato é que hoje o Oriente Médio sofre consequências da influência direta da “civilização” ocidental.
Em 1820, um engenheiro francês chamado Louis Jumel investiu na produção de algodão, obtido no Egito. Segundo o professor e pesquisador Albert Hourani, “dessa época em diante, um volume cada vez maior da terra cultivável do Egito foi destinada à produção de algodão, quase todo para exportação para a Inglaterra. Nos quarenta anos após a iniciativa de Jumel, o valor das exportações de algodão egípcio aumentou de quase nada para 1,5 milhão de libras egípcias em 1861. (A libra egípcia equivalia mais ou menos à libra esterlina)”. E isso é apenas um exemplo...
Obviamente, diante de tal exploração de recursos naturais nos países árabes, essa região não mais conseguiu recuperar um equilíbrio próprio. Segundo o professor de Ciências Políticas Dejalma Cremonese, da Universidade Federal de Santa Maria – RS, os britânicos destruíram o sistema industrial instalado nas regiões da Índia controladas por eles, impondo, a partir do século XVIII, “duras leis tarifárias para impedir que os produtores industrializados indianos competissem com a produção têxtil dos ingleses”. Em seu estudo “Reflexões sobre a democracia e o terrorismo de estado na velha e nova ordem mundial”, Cremonese ressalta que tal modelo do “progresso” que a civilização ocidental buscou instalar no oriente – e o qual Jabor cita com orgulho - é responsável pela morte de “cerca de meio milhão de crianças a cada ano na África, em consequência do serviço da dívida externa, simplesmente em consequência dos juros que seus países precisam pagar”. E o comentarista ainda fala, esperançosamente, numa possível influência “do progresso do lado de cá”? Com tal fala, nos perguntamos: a nossa democracia ocidental atual possui alguma superioridade em relação aos modelos políticos orientais?
Princípios da fotografiaPor mais que discursos rasos a respeito do oriente sejam comuns, é sabido por muitos que a democracia é hoje uma ditadura velada. Basta se analisar os índices de encarceramento e homicídios nas ditas sociedades mais democráticas, e compará-los inclusive com as indesejáveis ditaduras de ontem e de hoje. Em outro trecho da tese de Cremonese, ele diz: “Em tudo o que concerne a essa questão (colonização no oriente médio), observam-se claramente os mais importantes princípios da ordem mundial: assuntos mundiais são controlados pela Regra de Força, enquanto se confia nos intelectuais para dissimular a realidade e servir aos interesses do poder”. E fica claro que o controle das “versões oficiais”, sobretudo as veiculadas pela mídia, está nas mãos dos grandes grupos econômicos, seja sobre assuntos mundiais ou aspectos locais, que possam ser preocupantes para a imagem da “justa democracia ocidental”. Contrariando a fala de Jabor, a verdade é que talvez seja mais fácil governar uma sociedade que vive sob uma “democracia”, pois esses “povos livres e democráticos” talvez sejam os reais obedientes do sistema, e um sistema perverso. O povo livre e democrático de hoje carrega no peito lemas como “bandido bom é bandido morto”, “rouba mas faz” e, quando busca manifestar opiniões de “protesto”, transformam ideologias e a subversão em festa, movimentada por jovens de uma classe média pouco ciente do poder que têm na vida política da sociedade, manipulada pelo “kitsch da Grande Marcha”.
Voltando ao oriente, é importante destacar que a democracia e o progresso ocidental matou no Iraque mais de 114 mil civis no período de 2003 a 2011, de acordo com dados do projeto Iraq Body Count, e 8,54% dessas mortes eram de crianças abaixo de 18 anos. Além desse exemplo, o que dizer do governo mais “democrático” do Oriente Médio, Israel, que desde o início de 2012 mantém em suas prisões mais de 250 detentos administrativos – sem julgamento ou acusação formal – e que, dentre esses, 8 são membros do Parlamento, além de ainda manter, sob acusação, outros 23 parlamentares encarcerados? Parece mesmo um modelo político livre e democrático? E será mesmo que os padrões ocidentais consideram publicamente justo manter 210 crianças, muitas abaixo dos 16 anos, encarceradas por serem acusadas de jogar pedras contra tanques? Não, nós não expressamos publicamente repúdio a tais violações, pois a “Regra de Força” fala mais alto no Ocidente, e isso, sinceramente deveria nos causar vergonha. Vergonha sublinhada ao que o jornalista se refere como atraso de milênios e que se traduz nas violações sofridas por anos de colonização do Oriente Médio pela Europa e EUA.
A história recente da Argélia é exemplo do que uma sociedade “avançada e democrática” é capaz de fazer com um país. Invadida pela França no século XIX com o pretexto de construir colônias agrícolas e militares, os francesesminaram a resistência nativa, destruindo a agricultura árabe com  umaviolência que não poupou mulheres nem crianças. Segundo artigo deRosangela Rosa Praxedes, Bacharel em Ciências Sociais pela USP, publicado na Revista Espaço Acadêmico, “o governo de Napoleão III foi marcado por umaforte militarização na Argélia e quebrou o sistema de propriedade tribal nativa,fixando árabes e berberes em minifúndios e aumentando a miséria dos agricultores. Assim é fácil dirimir que anos de colonização imposta porestrangeiros em nome da superioridade maciça coberta por dogmas sociais, étnicos e culturais, reafirmada ano a ano através da violência, sejapassiva de “atraso.
O mesmo acontece com o Líbano, mesmo após a sua independência - conquistada em 1941, ainda tido como criação da potência colonialfrancesa. Fato é que a crescente escalada de violência espraiada pelo país, e que em nada contrasta com o seu passado recente de violências eabusos, é fruto de anos de opressão e tirania causada pela ocupação estrangeira. Talvez seja justo refletir acerca do modelo de colonização doOriente Médio que durante toda a sua história teve a maior parte do seu território ocupado por potências que hoje julgam o seu retardamento,afinal, é bem provável que o “atraso de milênios” seja o reflexo de uma grande “indelicadeza histórica.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Imam Hassan al-Banna - Biografia






  • Imam Hassan al-Banna 

    Biografia 

    Hassan Al-Banna, nasceu em 1906 em Mahmoudia, perto de Alexandria, no Egito. Ele se formou na escola de Dar Al-Uloum no Cairo e trabalhou no campo da educação em várias cidades, chamando as pessoas a seguirem o Alcorão ea Sunnah. Ele foi capaz de guia para o caminho de milhares de Allah de pessoas de todas as classes de sua sociedade. 

    Imam Al-Banna ficou em Ismailiah, Egito por algum tempo, onde fundou o primeiro centro de Al-Ikhwan com um grupo de seus irmãos. Ele começou a fazer Da'wah em público por meio de palestras e publicações e visitas a aldeias e vilas. Sua atividade não foi confinado apenas aos homens, ele também estabeleceu em Ismailiah "Os muçulmanos Mães Instituto" para educar as meninas de acordo com os ensinamentos islâmicos. 

    Depois de algum tempo, ele foi transferido para o Cairo, para a qual ele transferiu sua sede. Cairo se tornou o centro de Da'wah e em pouco tempo o número de Ikhwan atingiu cerca de um milhão e meio. Este enorme progresso começou a preocupar os britânicos e seus seguidores, os políticos egípcios. Eles tentaram dissuadi-Imam Al-Banna de política, mas ele insistiu em sua posição. Ele estabeleceu um jornal diário no Cairo pelo nome de "Al-Ikhwan Al-Muslimoon", que lhe permitiu abordar um setor muito maior de público do que com palestras. 

    Quando a tragédia da Palestina aconteceu, as tropas Ikhwan estavam entre as forças mais ativas e foram capazes de chegar às portas de Tel Aviv e quase conquistou se não tivesse sido pela traição pelos governantes árabes da época. Além disso, o Rei Farouq do Egipto preso um grande número de Ikhwan. Finalmente, uma parcela foi feita pelo britânico e implementadas pelos seus agentes para assassinar Imam Al-Banna. Ele foi baleado na frente do "muçulmano Associação Juvenil" edifício em março de 1949. Depois que ele foi levado para o hospital, ele foi deixado no chão sangrando, sem ninguém tentando salvá-lo. Duas horas depois ele foi baleado, ele faleceu, com apenas 43 anos de idade. 

    Quem é Hassan Al-Banna 

    Qualquer pessoa que saiba o Imam martirizado perto percebe como ele surpreendeu o Egito e todo o mundo com o seu Da'wah e sua luta. Al-Banna, que Deus tenha misericórdia dele, possuía uma infinidade de características que podem parecer contraditórias entre si, do ponto de vista de psicólogos ou historiadores. Ele era brilhante, Simpático, ambicioso para o futuro de sua Da'wah mas facilmente satisfeita por muito pouco em sua vida privada. Ele foi eloquente, firme e humilde. Todos esses personagens ajudaram a formar um exemplo de liderança religiosa e social que o mundo inteiro não via há séculos. 

    Na idade de 9, Hassan Al-Banna memorizado dois terços do Alcorão. Pouco tempo depois, ele terminou de memorizar todo o Alcorão. Ele era um excelente orador. Ele tinha a capacidade de improvisar discursos para quase qualquer ocasião para qualquer audiência que aconteceu estar a resolver. Ele foi soberbo na sua capacidade de transmitir suas idéias para o seu público, apoiado por versículos do Alcorão Sagrado e por Hadiths, ambos de que ele domina muito bem. A qualidade única do Imã martirizado gostava era a sua capacidade de reunir os corações das pessoas em torno dele e uni-los com a ligação de fraternidade no Islã. 

    Uma qualidade inesquecível do Imam Al-Banna foi a sua persistência e trabalho diligente para propagar sua mensagem. Ele sempre viajou, deu palestras e Khutbahs, teve discussões com pessoas, trabalhou dia e noite e nunca soube o que era para relaxar ou ir de férias. 

    Estabelecimento de Jamaa'at Al Ikhwan 

    \ Deixamos o Imam narrar a história:. "Desde minha infância tenho dedicado a minha vida a um único propósito, que é orientar as pessoas para a verdade do Islã, conceito e prática No entanto, este objectivo permaneceu por algum tempo como pensamentos que vêm a minha mente de vez em quando;. às vezes eu falava sobre eles para os que me rodeiam na forma de um discurso ou uma lição em uma mesquita, sempre que possível, tentei incentivar alguns dos amigos do meu Ulama "a redobrar seus esforços em pregar para as pessoas ., a fim de orientá-los para a realidade do Islã Também falei com pessoas de alta posição social, exortando-os a trabalhar pela causa do Islã, sua resposta foi em qualquer lugar de frustração para incentivo a indecisão Mas quando eu percebi que eu não poderia começar. o que eu queria em termos de seriedade para trabalhar e organizar esforços, eu me virei para os meus irmãos e amigos com quem tive o vínculo de amor sincero e de apreciação comum de responsabilidade. 

    "Em Dhul-Qi'dah, H 1347 (Março, 1928), seis irmãos me visitou: Hafez Abdel-Hamid, Ahmad Al-Hossary, Fuad Ibrahim, Abder-Rahman HASAB-Allah, Ismael Ezz e Zaki Al-Maghraby We. deu o nosso compromisso e jurou que iria viver como irmãos que trabalham para o Islã e se esforçam em sua causa. 

    "Um de nós disse:` O que devemos chamar a nós mesmos que devemos formar uma associação, um clube ou uma organização? Eu disse: 'Não Não vamos preocupar com formalidades, vamos nos concentrar em questões práticas Somos irmãos que trabalham para o islã, por isso estamos Al-Ikhwan Al-Muslimoon (Os Irmãos Muçulmanos)!.. 

    "Esse foi o nascimento do primeiro grupo de Al-Ikhwan, composta por essas seis pessoas que se reuniram em torno do princípio. Sob este nome que começou a trabalhar com uma compreensão clara e abrangente do Islã. Como resultado, o Da'wah de Al- Ikhwan composta por todos os aspectos da reforma da Ummah ". 

    Imam Al-Banna, que Deus tenha misericórdia dele, estabeleceu seu Da'wah em vários pilares que considerou ser de extrema importância, entre os pilares são: 

    1. Singeleza de propósito, 

    2. Reunir pessoas em torno dos princípios básicos do Islã e não se preocupar com pequenas diferenças, 

    3. Após as boas maneiras islâmicas em caso de desacordo, 

    4. Pensando positivamente aqueles que discordam de uma idéia, 

    5. Evitar o despotismo, 

    6. A possibilidade de mais de uma opinião certa para uma única questão, 

    7. Cooperação no que está acordado e perdão no que é discordou em cima, 

    8. Chamando todos os muçulmanos para enfrentar o inimigo comum, 

    9. Incentivar o trabalho ea produtividade, e 

    10. Sentimento de piedade, não malícia, para aqueles que se desviaram. 

    Entre Seus Ditos .... 

    • O irmãos sinceros! Nosso compromisso tem 10 pilares, recordá-los: a compreensão, a sinceridade, trabalho, luta, sacrifício, obediência, firmeza singeleza, de fraternidade, propósito e confiança. 

    • Revive sua consciência crendo em Deus e permanecendo atentos a Ele; proteger suas comunidades, proibindo o que é certo e proibindo o que está errado, que são os dois pilares da reforma. 

    • Islã executa duas tarefas: primeiro, moldes dos indivíduos em uma nova forma com base em Aqidah e nobres qualidades humanas, então ela usa esses indivíduos como unidades de construção para estabelecer os justos Allah-conscientes comunidades. 

    • O Islã é uma Aqidah (credo), bem como uma nacionalidade. Ao contrário de nacionalidades que são baseados em terra, a nacionalidade do Islã é baseada na fraternidade na fé e, portanto, é muito mais forte e mais significativa do que a anterior.

PARA ENTENDER O JULGAMENTO DO “MENSALÃO”



Fábio Konder Comparato

Ao se encerrar o processo penal de maior repercussão pública dos últimos anos, é preciso dele tirar as necessárias conclusões ético-políticas.

Comecemos por focalizar aquilo que representa o nervo central da vida humana em sociedade, ou seja, o poder.

No Brasil, a esfera do poder sempre se apresentou dividida em dois níveis, um oficial e outro não-oficial, sendo o último encoberto pelo primeiro.

O nível oficial de poder aparece com destaque, e é exibido a todos como prova de nosso avanço político. A Constituição, por exemplo, declara solenemente que todo poder emana do povo. Quem meditar, porém, nem que seja um instante, sobre a realidade brasileira, percebe claramente que o povo é, e sempre foi, mero figurante no teatro político.

Ainda no escalão oficial, e com grande visibilidade, atuam os órgãos clássicos do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros órgãos auxiliares. Finalmente, completando esse nível oficial de poder e com a mesma visibilidade, há o conjunto de todos aqueles que militam nos partidos políticos.

Para a opinião pública e os observadores menos atentos, todo o poder político concentra-se aí.

É preciso uma boa acuidade visual para enxergar, por trás dessa fachada brilhante, um segundo nível de poder, que na realidade quase sempre suplanta o primeiro. É o grupo formado pelo grande empresariado: financeiro, industrial, comercial, de serviços e do agronegócio.

No exercício desse poder dominante (embora sempre oculto), o grande empresariado conta com alguns aliados históricos, como a corporação militar e a classe média superior. Esta, aliás, tem cada vez mais sua visão de mundo moldada pela televisão, o rádio e a grande imprensa, os quais estão, desde há muito, sob o controle de um oligopólio empresarial. Ora, a opinião – autêntica ou fabricada – da classe média conservadora sempre influenciou poderosamente a mentalidade da grande maioria dos membros do nosso Poder Judiciário.

Tentemos, agora, compreender o rumoroso caso do “mensalão”.

Ele nasceu, alimentou-se e chegou ao auge exclusivamente no nível do poder político oficial. A maioria absoluta dos réus integrava o mesmo partido político; por sinal, aquele que está no poder federal há quase dez anos. Esse partido surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio.

Os grandes empresários permaneceram aparentemente alheios ao debate do “mensalão”, embora fazendo força nos bastidores para uma condenação exemplar de todos os acusados. Essa manobra tática, como em tantas outras ocasiões, teve por objetivo desviar a atenção geral sobre a Grande Corrupção da máquina estatal, por eles, empresários, mantida constantemente em atividade magistralmente desde Pedro Álvares Cabral.

Quanto à classe média conservadora, cujas opiniões influenciam grandemente os magistrados, não foi preciso grande esforço dos meios de comunicação de massa para nela suscitar a fúria punitiva dos políticos corruptos, e para saudar o relator do processo do “mensalão” como herói nacional. É que os integrantes dessa classe, muito embora nem sempre procedam de modo honesto em suas relações com as autoridades – bastando citar a compra de facilidades na obtenção de licenças de toda sorte, com ou sem despachante; ou a não-declaração de rendimentos ao Fisco –, sempre esteve convencida de que a desonestidade pecuniária dos políticos é muito pior para o povo do que a exploração empresarial dos trabalhadores e dos consumidores.

E o Judiciário nisso tudo?

Sabe-se, tradicionalmente, que nesta terra somente são condenados os 3 Ps: pretos, pobres e prostitutas. Agora, ao que parece, estas últimas (sobretudo na high society) passaram a ser substituídas pelos políticos, de modo a conservar o mesmo sistema de letra inicial.

Pouco se indaga, porém, sobre a razão pela qual um “mensalão” anterior ao do PT, e que serviu de inspiração para este, orquestrado em outro partido político (por coincidência, seu atual opositor ferrenho), ainda não tenha sido julgado, nem parece que irá sê-lo às vésperas das próximas eleições. Da mesma forma, não causou comoção, à época, o fato de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse sido publicamente acusado de haver comprado a aprovação da sua reeleição no Congresso por emenda constitucional, e a digna Procuradoria-Geral da República permanecesse muda e queda.

Tampouco houve o menor esboço de revolta popular diante da criminosa façanha de privatização de empresas estatais, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. As poucas ações intentadas contra esse gravíssimo atentado ao patrimônio nacional, em particular a ação popular visando a anular a venda da Vale do Rio Doce na bacia das almas, jamais chegaram a ser julgadas definitivamente pelo Poder Judiciário.

Mas aí vem a pergunta indiscreta: – E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados.

Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias.

Estranho também, para dizer o mínimo, o caso do ex-presidente Fernando Collor. Seu impeachment foi decidido por “atentado à dignidade do cargo” (entenda-se, a organização de uma empresa de corrupção pelo seu fac-totum, Paulo Cezar Farias). Alguns “contribuintes” para a caixinha presidencial, entrevistados na televisão, declararam candidamente terem sido constrangidos a pagar, para obter decisões governamentais que estimavam lícitas, em seu favor. E o Supremo Tribunal Federal, aí sim, chamado a decidir, não vislumbrou crime algum no episódio.

Vou mais além. Alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao votarem no processo do “mensalão”, declararam que os crimes aí denunciados eram “gravíssimos”. Ora, os mesmos Ministros que assim se pronunciaram, chamados a votar no processo da lei de anistia, não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão, durante o regime empresarial-militar: a saber, a sistemática tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, ou a execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres.

Com efeito, ao julgar em abril de 2010 a ação intentada pelo Conselho Federal da OAB, para que fosse reinterpretada, à luz da nova Constituição e do sistema internacional de direitos humanos, a lei de anistia de 1979, o mesmo Supremo Tribunal, por ampla maioria, decidiu que fora válido aquele apagamento dos crimes de terrorismo de Estado, estabelecido como condição para que a corporação militar abrisse mão do poder supremo. O severíssimo relator do “mensalão”, alegando doença, não compareceu às duas sessões de julgamento.

Pois bem, foi preciso, para vergonha nossa, que alguns meses depois a Corte Interamericana de Direitos Humanos reabrisse a discussão sobre a matéria, e julgasse insustentável essa decisão do nosso mais alto tribunal.

Na verdade, o que poucos entendem – mesmo no meio jurídico – é que o julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão.

O procedimento mental costuma ser bem outro. De imediato, em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua mentalidade própria ou visão de mundo; vale dizer, de suas preferências valorativas, crenças, opiniões, ou até mesmo preconceitos. É só num segundo momento, por razões de protocolo, que entra em jogo o raciocínio jurídico-formal. E aí, quando se trata de um colegiado julgador, a discussão do caso pelos seus integrantes costuma assumir toda a confusão de um diálogo de surdos.

Foi o que sucedeu no julgamento do “mensalão”.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DENISE BOMFIM - SALAM E SALAMALEQUES.: Tráfico internacional de mulheres, o que você diz ...

DENISE BOMFIM - SALAM E SALAMALEQUES.: Tráfico internacional de mulheres, o que você diz ...: Há coisas nesse mundo que parecem não mudar como, por exemplo, o tráfico de pessoas. Essa prática é antiga e desumana, visto que as pesso...

A GRANDE MÍDIA E AS ELEIÇÕES EM SÃO PAULO.

Como as coisas mudam de uma hora para outra nos grandes bastidores da  mídia brasileira. Enquanto o Haddad permanecia em terceiro lugar nas pesquisas mais manipuladas da história recente do país ,eles até que mantinham uma certa calma mesmo que repousando os seus olhares de abutres famintos para a cidade de São Paulo.  Para elegerem o Serra contavam para isso com o circo armado em cima do chamado " mensalão " dos " quadrilheiros " do PT, etc e tal. O Partido do " mensalão " e agora dos " quadrilheiros " e os seus aliados a nível federal saíram fortalecidos em todo o Brasil e pior, para eles eu quero dizer, tudo leva a crer que perderão a eleição na maior cidade da federação tendo uma derrota histórica. Eles devem estar pensando : o que será que deu errado? Agora, como último recurso apelam para a já batida tecla do medo. Tentam plantar no inconsciente popular o chamado  " perigo vermelho " que viria  ser hegemonia do PT e os seus aliados comunistas , socialistas , democratas e progressistas em todo o Brasil. Tentam dessa forma exteriorizar os seus próprios demônios, desesperados só em pensar no que o povo organizado , consciente e nas ruas é capaz de fazer. A história da humanidade é recheada de exemplos das lutas dos povos contra todos os tipos de tiranias e injustiças patrocinadas pelos donos do poder em cada época e país. Eles sabem que o nosso povo ainda tem muito que acertar com as nossas elites, são pendências desde o " descobrimento " em 1500. Eles sabem que dia menos dia esse acerto de contas vai chegar, por isso lutam desesperadamente para que isso não ocorra durante as suas próprias vidas e temem inclusive governos como este que nem sequer arranham todo o poder que eles ainda possuem em nosso país. Por último, penso que a forma como os detentores do poder em nosso país conduziram todo o processo do chamado mensalão não nos deixa outra alternativa se não aceitar o desafio e ir para a luta enterrando de uma vez por todas a chamada fase " Lulinha paz e amor" iniciada em 2002 na primeira eleição do Lula.

Brasil , entre o hoje e o amanhã.


Esquina das avenidas Itaberaba com Inajar de Souza ontem ( 22/10/2012).
Sou abordado por uma moça que entre várias, distribuíam material de campanha do candidato Serra para a prefeitura de São Paulo. Estendo a mão para apanha-lo quando percebo que ela ao olhar para mim, nota um adesivo em apoio ao candidato Haddad colado no lado esquerdo da minha camiseta. Ela, como se tivesse tomado um choque, freia o movimento do braço em minha direção e diz num quase murmúrio : eu e minha família vão votar no Haddad também moço, isso aqui é só um trabalho. Aqui entre nós Amigos e Irmãos, que mundo é esse ? Onde a luta pela sobrevivência diária nos faz cometer atos tão graves e contrários, inclusive contra nós mesmos ? A gravidade aumenta em grande proporção quando a questão é a política , pois quem irá administrar a nossa cidade ou o nosso país acaba interferindo diretamente e indiretamente na vida de todos nós. Veja o caso dessa moça, independentemente de candidatos ou de partidos, ela está trocando uns dias de trabalho por 4 anos, que provavelmente se o candidato que ela e sua família acredita e irão votar perder será sempre um motivo de  relativo arrependimento por parte de todos eles por um bom tempo, principalmente se o vencedor confirmar os seus medos e anseios. Definitivamente as coisas não deveriam ser assim. Precisamos urgentemente de uma grande Reforma Política em nosso país que possa incluir cada vez mais os setores populares e democráticos nas grandes discussões no sentido de construirmos uma verdadeira Nação brasileira. Que acabem também , ou amenizem  em muito com a farra dos falsos partidos de aluguel e dos seus políticos oportunistas e corruptos mancomunados com a grande mídia  e elite nacional.. Que o voto não seja simplesmente uma carta branca dada ao político e seu partido, que depois de eleito passa a não ter nenhum compromisso com os respectivos eleitores e o seu próprio programa de governo divulgado durante a campanha eleitoral. Quem sabe talvez  daqui a algum tempo essa cena entre eu e outra pessoa no mesmo contexto possa ocorrer de forma diferente com o seguinte diálogo . De repente ela freia o movimento de seu braço em minha direção e  me pergunta na lata : -Moço, o sr. tem certeza que o candidato que o senhor apoia é o melhor para a nossa cidade?  Aí sim,  eu estaria dentro do campo e  a situação que eu gosto que é de  conversar com povo nas ruas , e ao mesmo tempo a  moça não precisaria estar se humilhando por um punhado de reais correndo o risco de se arrepender depois. Do Brasil que temos para o Brasil que queremos só falta uma coisa : o comprometimento de todos nós !

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pequena reflexão sobre corrupção e a necessária luta contra ela.



MEUS CORRUPTOS FAVORITOS!
A história do Brasil é permeada por denúncias de corrupção. Desde o período colonial, passando pela monarquia de Pedro pai e Pedro filho e avançando por todo o período republicano e até os nossos dias, denunciar a corrupção alheia tem sido uma boa arma política para as oposições de todo tipo. 
Até aí, novidade nenhuma, até porque esse não é um fenômeno brasileiro. Corrupção é praticamente uma “instituição” presente na sociedade desde que surgiram as primeiras diferenciações de classe, desde que alguns começaram a enriquecer em detrimento do conjunto da sociedade. Nada de novo no front, portanto!
O que incomoda profundamente, no caso específico da política brasileira das últimas décadas, é que a chamada “sociedade civil”, incluídos aí partidos, “políticos” eleitos pelo povo ou indicados para o exercício de cargos públicos os mais diversos, nos habituamos a travar a luta política, em boa parte do tempo, brandindo a bandeira da anticorrupção como mera arma para desgastar, desmoralizar e derrubar os poderosos de plantão.
Desde a redemocratização iniciada pós ditadura militar (ela própria um esteio fenomenal de corrupção e cevadora de corruptos em larga escala), não houve um simples ano no qual jornais, revistas, parlamentares de oposição em todos os níveis e entidades as mais diversas – aparelhadas ou não pelas diversas forças políticas – não tivessem berrado a plenos pulmões que quem exercia o poder naquele momento era corrupto, conivente ou, no mínimo, incompetente para combatê-la. Vejam, estou me referindo aos últimos 28 anos da história brasileira, após a grande vitória popular sobre a corrupta ditadura militar.
Quase trinta anos e a cada ano, tome denúncias. Pouco importa se são verídicas ou não. O efeito geralmente tem sido semelhante e em processo crescente: um contingente cada vez maior de pessoas simplesmente trata a política como algo sem solução, um verdadeiro mar de lama, independente da coloração partidária. Os índices de abstenção e votos nulos têm crescido sucessivamente a cada eleição, a julgar pelos dados recentes referentes ao primeiro turno da eleição deste ano. É lastimável sob qualquer aspecto que eu analise.
Desencanto com a política, a percepção de que todos os políticos agem igual independente de filiação partidária (que mentem, que roubam, que são incompetentes, etc) geralmente termina de uma única maneira: regimes autoritários que afirmam que vão “limpar” a política e geralmente acabam não apenas exercitando a corrupção em larga escala, mas, muito pior do que isso, desenvolvendo políticas que apenas aprofundam o fosso que separa ricos e pobres. Lembremos do nazifascismo e da nossa ditadura militar, apenas para dar dois exemplos fáceis de serem compreendidos.
As forças políticas progressistas, os partidos de esquerda, os movimentos sociais que lutam décadas a fio por um país mais justo, pela construção de uma pátria efetivamente independente e desenvolvida e com justiça social, não podemos ficar olhando esse trem passar e entrar no verdadeiro concurso que se tornou comum nos últimos anos: quem aponta com mais fatos e argumentos o tamanho do lamaçal dos partidos adversários. Não podemos aceitar a permanência do nosso campo nessa ideia de que corruptos são apenas os outros ou, pior ainda, na onda “Meus corruptos favoritos”, aqueles a quem escolhemos para destruir moralmente e derrubar do poder, caso o poder exerçam, ou para evitar que o assumam.
Não sou daqueles ingênuos que acham que a corrupção é o maior problema do Brasil (ou de qualquer país). Isso é uma bobagem sem tamanho e serve principalmente como cortina de fumaça amplamente utilizada pelas forças mais conservadoras para embolar o meio de campo e desviar a atenção da maioria da população para o principal problema que é exatamente a brutal estrutura de concentração de renda típica do capitalismo. Esse é o pior problema da humanidade desde os últimos trezentos anos e ele apenas está se intensificando nas últimas décadas.
Corrupção é acessória à exploração que os capitalistas exercem sobre a maioria da população e é um fenômeno que contribui para a acumulação de capitais e poder político. Mas mesmo sendo acessória, é preciso levar em consideração o efeito que ela causa sobre o conceito que o povo tem sobre a política, sobre a luta política e sobre a necessária transformação profunda das estruturas econômicas para democratizar efetivamente a riqueza e a própria sociedade. Menos de 10% da população, em âmbito mundial, concentra brutalmente a renda e usa largamente a corrupção em suas múltiplas variáveis como instrumento secundário da manutenção do seu poder e privilégios. Mas a corrupção é face mais evidente e facilmente identificável pela massa popular como fonte de acumulação de riqueza. Por isso usá-la como arma Política é geralmente fácil e eficiente.
Não tenho ilusões sobre o fim da corrupção enquanto a humanidade viver sob o manto da concentração capitalista da riqueza. Corrupção só será plenamente varrida da prática humana quando não houver mais motivo para acumular riqueza e poder político. O problema é que esse horizonte está por demais distante e não dá para ficarmos deitados em berço esplendido esperando que esse maravilhoso dia chegue, pois ele não chegará automaticamente e quando chegar, se chegar, será o resultado de uma imensa luta transformadora de alcance histórico.
Às forças transformadoras, progressistas, que têm compromisso efetivo com a democratização da sociedade brasileira, é necessário travar a dura luta contra os principais mecanismos atuais que favorecem a corrupção na política – e de quebra, em vários segmentos da sociedade fora do ambiente político-partidário e estatal . Ou tomamos em nossas mãos as iniciativas para eliminar mecanismos perversos de geração de corrupção em larga escala, como o financiamento privado para campanhas eleitorais, por exemplo , ou continuaremos a chocar o “ovo de serpente” que alimenta golpistas históricos – os encastelados em grandes órgãos de comunicação e que detestam governos progressistas ou de esquerda, os saudosos da hipócrita e corrupta ditadura militar, os aventureiros pseudo salvadores da pátria, etc. – sempre a serviço das tradicionais elites enriquecidas e associadas de potências estrangeiras sugadoras das nossas riquezas.
Ou pomos a mão efetivamente na consciência do nosso papel nesse campo, ou vamos vivenciar nos próximos processos sucessórios ou de luta pelo poder fora das eleições, mais e trágicos episódios do concurso “Meus corruptos favoritos”. 

domingo, 14 de outubro de 2012

O ISLAM , OS INIMIGOS , OS TERRORISTAS E OS FANÁTICOS RELIGIOSOS.

Caros Amigos, Caros Irmãos Bom Dia !

A Religião Islâmica e os muçulmanos em todo o mundo sofrem ataques cada vez mais ousados e baixos dos seus inimigos políticos, religiosos e ideológicos. Diga-se : dos Imperialistas e Neo-Colonialistas ocidentais e seus aliados no Oriente Médio. A aliança USA-Arábia Saudita é simplesmente uma infâmia para todos nós muçulmanos. Isto é compreensível pois imaginem o mundo sem pelo menos 4 indústrias que hoje movem o mundo contemporâneo.

1) A indústria dos juros , onde a busca do lucro máximo é o que vale, e os grandes agiotas-financistas são os únicos que lucram e que é ao mesmo tempo o pilar do sistema Capitalista/Imperialista da atualidade.

2) A indústria do álcool e das drogas que levam o ser humano a condições extremamente degradantes.

3) A indústria do sexo, que banaliza de forma cruel os sentimentos de respeito e afeição em uma relação amorosa entre as pessoas além de tratar o corpo humano apenas como uma simples mercadoria de consumo.

4) Por último a chamada indústria da fé, onde se exploram a boa fé da maioria das pessoas mais pobres e carentes da população, e por isso mesmo mais vulneráveis a esse tipo de atividade criminosa.

Qualquer um pode e tem o direito de não gostar ou aprovar essas medidas, porém são medidas implementadas em um verdadeiro Estado Islâmico. Agora , a parte mais difícil de tudo isso são os ataques internos que sofremos, ou seja, o Islâm tem dois inimigos internos muito complicados e de difícil explicação para os não muçulmanos :  a)Os terroristas que acreditam que podem mudar o atual estado de coisas apenas com o uso indiscriminado da violência, inclusive contra os próprios muçulmanos, e b) os fanáticos que se acham donos da religião e portadores únicos da verdade revelada. Neste sentido desprezo e condeno atitudes como a do Taleban paquistanês de balear a jovem Malala Yousufzai de 14 anos quando saía da escola em sua cidade natal no vale de Swat . A justificativa pelo atentado de acordo com um porta voz do grupo foi a de que a jovem era " anti-taleban e secular e não poderia ser poupada ". O pior, declararam que se ela sobreviver sofrerá um novo ataque. Sou muçulmano, e não compartilho de forma nenhuma com essas atitudes que na verdade não tem nada a ver com o verdadeiro Islam.

Assalamu Aleikum !!!!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A POLÊMICA DO VÉU .

dREUTERS/Asmaa WaguihDetrans de todo o país estão proibindo as mulheres muçulmanas de tirarem foto com lenço para a CNH - Carteira de Habilitação. Pois bem, vamos lá :
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL
Título I I
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Capítulo I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5 *
V I I - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei ;

Diante disso eu pergunto! Qual a parte do parágrafo da constituição que os representantes desses Orgãos  públicos não estão entendendo ???

Eu e o meu Amigo e Irmão Professor Altair Freitas.


As pequenas grandes coisas da vida da gente!
Ontem recebi a visita do velho e grande amigo Yahia Dourado com quem ralei Brasil a fora no final dos anos 80, início dos 90, carregando livros e montando a banquinha da Editora Anita Garibaldi para espalhar um pouco de consciência política por aí. Nesses anos todos, entre ausências entrecortadas por breves encontros, coisa típica da vida maluca de quem vive em São Paulo, nunca deixamos de ser amigos e sempre que nos é possível trocamos boas conversas. A de ontem foi principalmente em torno das questões do confronto na Siria e do Islamismo no Brasil. De quebra, ele me devolveu a fantástica Graphic Novel "Batman O Cavaleiro das Trevas" produzida pelo mago Frank Miller em MIL NOVESCENTOS E OITENTA E NOVE e que estava com ele há mais de 20 anos! hahaha! Amizade sincera é assim: apesar das diferenças, privilegiamos enfocar o que nos une (não discutimos futebol, por exemplo..hehe). Abraço, irmão.