domingo, 22 de abril de 2012

ORIGEM DA IRMANDADE MUÇULMANA NO EGITO E O PAPEL DE SHAYKH HASSAN BANNA


ORIGEM DA IRMANDADE MUÇULMANA NO EGITO E O...
Daniel Yussuf Abu Tariq20 de Abril de 2012 11:40
ORIGEM DA IRMANDADE MUÇULMANA NO EGITO E O PAPEL DE SHAYKH HASSAN BANNA -1928

ISLÃ E RESISTÊNCIA POLÍTICA NO EGITO: DISCURSO E AÇÃO
DA SOCIEDADE DOS IRMÃOS MUÇULMANOS (1928-49)
Isabelle Christine Somma de Castro
Doutoranda em História Social
Universidade de São Paulo
A Sociedade dos Irmãos Muçulmanos (SIM) apresentou-se no Egito das décadas de
1930 e 1940 como uma alternativa islâmica aos nacionalistas seculares, liderados pelo Partido Wafd. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Wafd assumiu o poder com a ajuda britânica e envolveu-se em escândalos de corrupção. Mesmo não sendo um partido político, a SIM chegou a contar com cerca de 1 milhão de simpatizantes no final do conflito. Se, por um lado, o desencanto com o secularismo levou muitos a aderirem a alternativa religiosa, por outro, o discurso e as ações do grupo representaram e supriram as demandas reprimidas de grande parte da população.
A identificação de quais são esses elementos pode nos levar às matrizes do apelo que movimentos político-religiosos como a SIM exercem ainda hoje no mundo islâmico.
Introdução
A influência da religião no cenário político não é exclusividade de um único credo.
Muitos movimentos políticos se originam a partir de crenças religiosas. A Sociedade dos Irmãos
Muçulmanos –Gama’at Ikhwan al-Muslimum– vem se apresentando no Egito, há mais de 80 anos, como um movimento de massa que exerce grande pressão para a transformação da sociedade do país através do comprometimento com os ensinamentos contidos no Alcorão e na
Sharia’ –lei islâmica.
O programa político do grupo, que designaremos através da sigla SIM, apresenta três conceitos principais. O primeiro é que há uma comunidade muçulmana supranacional. O segundo deles é que o Islã não abrange apenas assuntos religiosos, mas todas as questões humanas. E, por último, que a religião prega a irmandade entre todas as classes e nações.
Demanda, portanto, a união dos muçulmanos. Mas, para tanto, a umma’ –comunidade muçulmana– tem de mudar. E, antes disso, cada muçulmano também tem de se transformar.
O grupo surgiu durante um período de desencanto popular com a alternativa secular representada pelo movimento nacionalista e com a própria ulama’ –o establishment.
A influência da SIM se fortificou principalmente durante o período posterior à Segunda Guerra Mundial, quando o fim do esforço aliado deixou para trás milhares de desempregados no Egito.
A permanência das tropas de ocupação britânicas e o insucesso do governo local em atender as expectativas da população também ajudaram a amealhar adeptos para a causa do movimento de cunho essencialmente islâmico.
Este trabalho pretende apresentar, em primeiro lugar, o período histórico em que o grupo surgiu. Mais adiante, o objetivo será entender alguns dos principais elementos do discurso de seu principal líder, Hasan al-Banna (1906-1949- assassinado a mando do rei Faruk com apoio britanico ), e da ação da Sociedade dos Irmãos Muçulmanos durante o período que esteve sob sua orientação. Com isso, a pretensão é esclarecer em que medida as ideias do grupo e a inserção delas no contexto prático vieram a atender as demandas reprimidas de parcela da população egípcia.
Contexto histórico
O final da década de 1910 e início da seguinte foram marcados pela explosão do sentimento nacionalista no Egito. Até o final da Primeira Guerra Mundial, o país viveu uma situação singular. Era uma província do Império Otomano, mas também estava sob ocupação de tropas britânicas desde 1882. Com a derrota otomana na guerra, Londres expandiu seu controle, estabelecendo o Egito como protetorado.Em 1919, a revolta popular tomou as ruas do Cairo, sob a liderança do movimento nacionalista Wafd. A pressão resultou na concessão da independência pelos britânicos, em 1922, e a abolição da lei marcial
O ato unilateral foi uma forma dearrefecer o desejo pela autoderminação compartilhada pela grande maioria dos egípcios.
Apesar de independente, o país continuava ocupado. A declaração unilateral fixava quatro pontos que ficariam sob arbítrio britânico: a defesa territorial do Egito, as telecomunicações, os interesses da comunidade internacional no país e o modo como o Sudão seria governado – passou a ser controlado por um consórcio anglo-egípcio. Os Reserved Points, como eram chamados, implicaram claramente severas limitações à independência e se tornaram um elemento fundamental nas relações muitas vezes amargas entre britânicos e egípcios nas três décadas seguintes
A luta pela autodeterminção egípcia, portanto, não cessou. Apenas entrou em uma nova fase, chamada por autores como Albert Hourani de “era liberal”. Em 1924, o Wafd se transformou em um partido político, mantendo o cunho secular e a bandeira nacionalista. Nas duas décadas seguintes, ganhou todas as eleições parlamentares que participou. Mas o partido não conseguiu concluir um único governo sob sua liderança. A interferência britânica, via controle “informal” –ou indireto–, que levaria as lideranças à prisão e ao exílio, além dos interesses particulares do rei, foram decisivos para que nenhum gabinete liderado pelo Wafd conseguisse apoio político para governar.
Durante a Segunda Guerra houve uma reviravolta: o governo britânico, que até então via o Wafd com desconfiança, passou a considerá-lo sua melhor opção de governo durante o conflito.
Londres percebeu que a chancela do Wafd conferiria legitimidade, como ocorreu após o acordo de 1936, a qualquer futuro entendimento entre ambos os lados. O embaixador britânico, sir Miles Lampson, impôs ao jovem rei Faruk (1920-1965) um gabinete liderado pelo Wafd. A pressão incluiu o cerco com tanques de guerra ao palácio real de Abdin, no Cairo, em 4 de fevereiro de 1942. Sem alternativas, a não ser renunciar, Faruk aceitou a escolha e Nahas Pasha, líder do partido nacionalista, se manteve na liderança do executivo até o final do conflito.
O governo liderado pelo Wafd foi marcado por insatisfação popular crescente. A ascensão ao poder com a ajuda dos tanques dos britânicos e a revelação de esquemas de corrupção ligadosaos lideres foram fatores que levaram à perda do apoio popular, gerando desencanto com esta alternativa secular. A partir de então, universitários, camponeses e funcionários públicos, tradicional base social dos wafadistas, passaram a dar maior apoio às idéias da Sociedade dos Irmãos Muçulmanos (SIM)
Fundado em 1928 com base nos fundamentos do Islã, a SIM se inseriu na arena política como um movimento de massa, chegando a contar com entre 500 mil emais de um milhão de membros nos anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial.
Aliado a este fato, desde os anos 1930 a opção secular vinha perdendo terreno na sociedade egípcia para o revivalismo muçulmano. Até então, a elite local, dividida entre profissionais liberais e grandes proprietários de terras, dominava os partidos políticos e a imprensa do país. Reformas realizadas em setores como o da educação e no sistema legal alijaram o papel do Islã, dando maior valor a uma identidade egípcia vinda da Antiguidade e associada às idéias ocidentais
Neste contexto, surgiu a primeira das reivindicações da SIM, a inclusão de princípios islâmicos no currículo escolar. O primeiro manifesto conhecido após a fundação do grupo foiescrito por seu fundador, xeique Hasan Al-Banna. Tinha como tema central defender aobrigatoriedade do ensino religioso em todas as escolas do país. A preocupação se dava essencialmente pela penetração de escolas de missionários cristãos europeus e norteamericanos
Mais tarde, o escopo de Al-Banna se estendeu: a soberania passou, progressivamente, a integrar os discursos do fundador e, consequentemente, do grupo por ele liderado como Guia Geral –al-murshid al-‘amm– até sua morte, em 1949.
O programa da SIM nas suas duas primeiras décadas era uma interpretação do Islã do próprio Hasan Al-Banna. Ele afirmava que a religião tem um significado mais abrangente, que compromete e regula todos os aspectos da vida humana, neste e no outro mundo. O líder atacava a organização social dos muçulmanos de seu tempo, suas práticas e hábitos, pois eles não estariam seguindo as leis islâmicas. Para que esse quadro fosse revertido, Al-Banna também pregava uma reforma interna, dos próprios muçulmanos.
Este era um programa de campanha para a reforma da sociedade e não para a tomada do poder. A SIM não se apresentava como um grupo revolucionário: a revolução se expressava somente em denúncias públicas da ordem social e através da ênfase na necessidade de preparação dos associados, que deveriam seguir regras de obediência, ser devotos e determinados, além de estarem prontos para o sacrifício, entre outras condições
Há duas possibilidades não necessariamente excludentes para tentar explicar por que a SIM se transformou um movimento de massa, que também atrairia seguidores em outros países árabes, como Síria, Jordânia, Iêmen, Sudão, Argélia. Uma delas é que o pensamento social de AlBanna teria se aproximado dos anseios da população naquele período e o grupo, por sua vez, teria se mostrado mais apto a colocá-los em prática. A outra é que a SIM teria herdado do movimento nacionalista, que viveu seu apogeu nos anos 20, uma fatia expressiva de simpatizantes. As demandas reprimidas desta guerra de domesticação e pacificação travada com os britânicosforam incluídas no discurso do movimento, colaborando para que o apoio popular que antes era atraído pelo Wafd fosse paulatinamente transferido para a SIM.
Para entender a sobrevida do grupo e o apelo crescente do discurso da SIM é preciso considerar outros fatores. A SIM passou por ciclos recorrentes de dura repressão. Nos anos 30 e 40, seus integrantes foram por diversas vezes presos e suas sucursais fechadas. Apesar disso, o grupo ampliou sua popularidade e mostrou grande longevidade. Estudos teóricos mais recentes sugerem a necessidade de dar mais ênfase a aspectos modernizadores e progressistas do grupo para entender essa trajetória. Uma linha de interpretação aponta que movimentos como a SIM, se vistos como uma reação, apontam para algo novo, sem intenção de reverter o progresso social, mas com o objetivo de adaptar a religião para que as pessoas possam lidar melhor com as novas realidades
Discurso e prática
Sobre o papel desempenhado pela SIM, entre sua fundação no final da década de 20 e até a morte de seu líder, em 1949, estabeleço duas hipóteses. A primeira delas é a de que a SIM representou um movimento de massas caracterizado por forte apelo islâmico, que encontrou no período de sua emergência condições históricas propícias para sua expansão. Além disso, o grupo se associou a causas populares, como a autodeterminação e valores tradicionais da sociedade egípcia, representados por uma elaboração particular do discurso religioso.
Como segunda hipótese, postulo que houve um desdobramento das idéias para o campo da ação concreta, na medida em que a SIM representou e supriu, em grande medida, as demandas reprimidas de grande parte da população, não apenas daqueles pertencentes aos extratos mais baixos da sociedade egípcia. O programa de criação de creches, escolas e clínicas médicas que ofereciam serviços gratuitos parece um indicativo do atendimento de parte delas.
Em relação à primeira hipótese, as condições históricas propícias se encontram essencialmente no desencanto com o partido laico Wafd e seus líderes acusados de corrupção e de subserviência aos ocupantes. A adesão de tantos membros também se deu, por outro lado, por meio da dimensão do discurso religioso. Observa-se uma relação entre os textos escritos por AlBanna no pós-Segunda Guerra Mundial com a questão da reformulação da sociedade egípcia. O líder do gruporepete várias vezes em seus tratados que o Alcorão traria os princípios básicos de “uma completa reforma social”. As bases para essa reforma estariam: (a) nas questões do divino; (b) na elevação do espírito humano; (c) na estipulação da doutrina da recompensa e da punição; (c) na proclamação da irmandade entre os homens; (d) no avanço conjunto de homens e mulheres, na proclamação de sua responsabilidade conjunta e igualdade e na definição precisa de suas respectivas tarefas. Esses valores tradicionais da sociedade egípcia tiveram grande apelo principalmente entre trabalhadores dos centros urbanos, membros da pequena burguesia e estudantes
A reforma social pregada por Al-Banna dependia do comprometimento dos filiados com três pré-requisitos do grupo: obediência, empenho e sacrifício
Eles deveriam seguir regras rigorosas em relação ao comportamento pessoal. Entre as listadas por Al-Banna estão quatro doscinco pilaresdo Islã –oração, jejum, doação de dinheiro e peregrinação–, além do comprometimento com trabalho, esforço, fazer o bem, evitar a prática do mal, obter educação e conhecimento, cultivo de valores morais, empenho na obtenção da saúde física e mental e obediência aos governantes.
O combate dos vícios, como o jogo, o álcool e a prostituição também era um elemento importante no discurso do grupo. Ataques com bombas incendiárias a cinemas e bares, locais responsáveis pela proliferação dos maus costumes, não foram incomuns, apesar de não terem o aval público do líder do grupo, Hasan al-Banna. Ainda no âmbito do discurso, a posição antibritânica se tornou bastante presente nos textos de Al-Banna, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. A própria fundação do movimento teria se dado devido ao descontentamento de seis trabalhadores de um campo britânico em Isma’iliyya. O grupo o teria procurado com o objetivo de ter o xeique como mentor
O próprio Al-Banna escreveria mais tarde sobre seu choque ao observar a vida luxuosa que os ocupantes levavam, ao mesmo tempo em que a população da cidade, localizada na zona do Canal de Suez, vivia em extrema pobreza.
A segunda hipótese, que está na dimensão da ação, tem como seu mais famoso estandarte a organização de manifestações e atos de violência, principalmente contra a presença britânica no país, e na atuação do grupo em projetos sociais, como a instalação de clínicas médicas paraatendimento da população. As manifestações se intensificaram principalmente no período pósguerra, época de desencantamento agudo com o governo wafadista. A economia era provavelmente o principal motor da insatisfação. O encerramento do conflito ocasionou o fechamento de 250 mil postos de trabalho relacionados ao esforço de guerra das forças aliadas no país. O custo de vida, refletido em altos índices de inflação, aumentou mais de duas vezes até 1952. Estatisticamente, a economia egípcia ficou paralisada nas quatro décadas anteriores a 1950: o impulso registrado durante este período foi de apenas 1,5% ao ano, quase a mesma taxa de crescimento da população.
Toda a insatisfação popular se refletiu em diversas greves nos anos de 1946, 1947 e 1948 no Cairo e em Alexandria.
Mais importante do que a mobilização política no campo da ação, contudo, foi o esforço empreendido pela SIM na arrecadação e no investimento de recursos para a construção de mesquitas, cooperativas, escolas para crianças e adultos, clínicas médicas e centros de bem-estar social para seus membros e simpatizantes. Além de oferecer conforto aos desvalidos através do discurso religioso, a organização se dedicou à concretização de melhorias para aqueles que haviam sido abandonados tanto pelo governo como pela elite local.
Deixando a propaganda de lado, a Irmandade realizou muitos trabalhos que ninguém ou nenhuma associação estava apta a colocar em prática naquela época, e que, mais do que qualquer coisa que eles tenham conseguido, apoiou com credibilidade a visão holística do Islã de que abrangia todos os aspectos da vida humana, a qual Al-Banna se identificava tão profundamente
Um dos aspectos mais interessantes deste campo é o apoio da SIM à criação de sindicatos. Apesar de o grupo ser anticomunista –era obviamente contrário ao ateísmo e à abolição da propriedade privada–envolveu-se em ações para o estabelecimento de salários mínimos em fábricas e para a melhoria sócioeconômica dos operários. Al-Banna também chegou a defender uma espécie de reforma agrária, em que “o indivíduo deveria possuir tanta terra quanto pudesse cultivar, e o que sobrasse deveria ser doado aos sem-terra, sem cobrar-lhes nada”. Declarações como estas devem ter soado como música aos ouvidos das classes mais baixas dos centros urbanos, formadas principalmente por agricultores sem-terra que migravam em busca de emprego.
Tanto as ações como o discurso também demonstram a confluência entre o líder da SIM e a população de renda mais baixa. Mas, acima de tudo, os que o conheceram destacam seu carisma pessoal. Após a sua morte, em 1949, o número de novos associados diminuiu consideravelmente
Al-Banna teria sido uma pessoa simples, tanto em seu estilo de vida como no modo de se comportar, apesar de ser um dos homens mais poderosos do Egito na metade da década de 40. Isso teria um peso especial num país de extrema desigualdade social e que apresentava um cenário político dominado por um rei famoso por suas tendências perdulárias, uma elite local bastante ocidentalizada e distante dos problemas da população e uma elite estrangeira dotada de vantagens sobre os egípcios, tendo uma vida significativamente segregada do resto da população do país.
A SIM nunca se metamorfoseou em um partido político e sempre se mostrou crítica em relação a eles. Al-Banna era pessoalmente contra a existência de partidos, por considerar que havia um só caminho, o da religião. Contou com simpatizantes no governo e até no Parlamento durante o período em que Al-Banna liderou o grupo.
Nunca tendo assumido o poder, Al-Banna não teve seu discurso político colocado à prova, principalmente pelas urnas. Foram as ações, acima de tudo, que demonstraram quais eram as principais crenças e intenções do grupo. Ao juntar centenas de pessoas em manifestações e amealhar milhares de militantes, demonstrou uma grande capacidade de mobilizar as massas.
Conclusão
O discurso de Al-Banna demonstra forte apelo islâmico, caracterizado por idéias de
mudança e transformação não só das pessoas, mas também de toda sociedade. Ele teve especial impacto durante o período de desencanto popular com o movimento nacionalista secular que chegou ao poder, mas não procurou afastar-se dos britânicos, nem melhorar a vida da população.
A alternativa religiosa, que não significava ruptura, mas englobava valores tradicionais, se colocou como uma opção lógica. A SIM tornou-se um movimento de massas, portanto, ao atender as demandas reprimidas da população que ocupava a base da pirâmide social do país, principalmente entre trabalhadores de centros urbanos, que viram as questões mais prementes do seu dia-a-dia sendo encampadas pelo grupo.
Ao adentrar com ímpeto no campo da ação concreta, tanto na luta política como no campo do bem-estar social, o grupo mostrou sua motivação e, principalmente, sua força para colocar em prática ações extremamente populares. Dessa forma, a SIM realmente representou e supriudemandas da população mais carente, principalmente dos centros urbanos, apresentando soluções imediatas para grandes problemas como o acesso ao serviço de saúde.
Ambos os campos, o do discurso e da ação, aparentemente deram uma resposta satisfatória a problemas dos egípcios como o desafio do imperialismo britânico, o caos político, o domínio estrangeiro da economia do país e a total incapacidade das instituições islâmicas tradicionais de lidarem com os problemas do dia-a-dia dos egípcios. Mas, principalmente, a SIM ofereceu às massas esperança e um ideal que pudessem compreender, formulado em termos
familiares, na forma do Islã.

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