quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Governo militar promete suspender estado de emergência no Egito / filtro-Revista ÉPOCA. a


O marechal Hussein Tantawi, chefe do poder militar do Egito, anunciou que o país vai suspender nesta quarta-feira (25) o estado de emergência em vigor no país, um ano após o início dos protestos que derrubaram o regime de Hosni Mubarak.
O Egito vive em situação de estado de emergência há 30 anos. A lei foi aprovada em outubro de 1981, quando o presidente Anwar al-Sadat foi assassinado, e foi mantida em vigor durante todo o governo Mubarak. O estado de emergência limita as liberdades individuais e possibilita a realização de julgamentos em tribunais de exceção – a lei foi usada por Mubarak para perseguir adversários políticos.
“Eu tomei a decisão de acabar com o estado de emergência, em todas as partes do país, com exceção para o combate a atos de banditismo”, disse nesta manhã o marechal Hessein Tantawi, em um discurso televisionado.
O anúncio foi recebido com ceticismo pelos ativistas por democracia e direitos humanos no país. Primeiro, porque os ativistas entenderam a revogação do estado de emergência como uma estratégia dos militares para aplacar os manifestantes, que pretendem retornar à Praça Tahir nesta quarta para protestar contra os excessos do SCAF, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que governa o país.
Os críticos também condenaram o fato de o marechal usar do termo “banditismo”, como reporta a agência France Press.
Ativistas acusam o marechal de usar o termo “banditismo” para continuar aplicando a lei do estado de emergência na repressão de dissidentes políticos. “Para todos os efeitos, o estado de emergência não foi suspenso”, disse Hossam Bahgat, diretor da Iniciativa Egípcia por Direitos Individuais. “O termo ‘banditismo’ está agora sendo instrumentalizado para permitir que a polícia possa deter ou reprimir qualquer pessoas que eles julguem ser um ‘bandido’. ‘Banditismo’ não se refere a nenhum crime reconhecido”.
O SCAF planeja uma celebração grandiosa nesta quarta-feira, com desfiles e fogos de artifício. Mas para os ativistas, a revolução iniciada no ano passado está longe de ter acabado, e manifestantes exigem a saída do poder dos militares e o anúncio de eleições livres e democráticas para o cargo executivo no país.
Foto: AP

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