Em nome de DEUS, o Clemente, o Misericordioso
A participação nas eleições no Brasil
Louvado seja DEUS, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de DEUS, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que DEUS abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.
Irei transferir as opiniões dos sábios muçulmanos sobre este assunto, mas já de início, no caso do Brasil, na minha opinião, este assunto está relacionado ao que está em harmonia com os objetivos da sharia e o que serve o muçulmano enquanto está de acordo com os princípios da religião[1]. Creio que é dever do muçulmano participar nas eleições e escolher o candidato que serve as pessoas.
1- Fatwa de sua eminência, o Sheikh Ibn Uthaimin (gravada no Youtube e transcrita como segue):
Qual a sentença sobre as eleições que existem no Kuait, sendo de nosso conhecimento que a maioria dos que participam nas eleições são islâmicos, e **** acabaram se distanciando? E também, qual a sentença sobre as eleições tribais suplementares que existem no Kwait?
A resposta do Sheikh Ibn Uthaimin:
Eu acho que as eleições são um dever (uajib), devemos eleger quem achamos que tem benfeitoria, porque se os benfeitores fracassarem quem irá entrar no lugar deles? Os malfeitores, ou as pessoas negativas, que não tem nem bem nem mal, os que seguem a todo pregador. Então, temos que escolher quem vemos que é íntegro[2].
2- Fatwa de sua eminência, o Sheikh Al Albani.
Se o muçulmano estiver entre dois males, deve escolher o menor. Sem dúvida, um prefeito muçulmano é um mal menor – e não digo melhor – é um mal menor que um prefeito não muçulmano ou ateu. Porém, este governante queima a si mesmo sem perceber, porque quando ele se candidata alegando que irá diminuir o mal e a corrupção - e pode ser que faça – ele por outro lado, se queima, sendo como o sábio que não cumpre com o que sabe. O profeta (a paz esteja com ele) disse: “O exemplo do sábio que não pratica a sua sabedoria é como a lamparina que se queima para iluminar outros além dela”. Por isso, nós diferenciamos entre: eleger um candidato e se candidatar. Nós não nos candidatamos para não sermos queimados, porém, quem insistir em se queimar, seja muito ou pouco, e se candidata nesta ou naquela eleição, como forma de evitar o mal maior e ter um mal menor, escolhemos este muçulmano em vez do ateu.
Pergunta: Sheikh, a partir desta palavra entendi que no que diz respeito ao parlamento e às eleições municipais, se um muçulmano se candidatar é permitido votar nele?
Sheikh Al Albani: Sim, mas como forma de “evitar o mal maior com o mal menor”. Não porque é “bom”.
3- Fatwa da “Comissão Permanente para a Emissão de Fatwas”
O comitê com sede na Arábia Saudita foi questionado quando seu presidente era sua eminência o Sheikh Ibn Baz e tinha como membros sua eminência o Sheikh Abul Razzaq Afifi e sua eminência o Sheikh Ibn Ghudaiyan. Fatwa número 14676.
Pergunta: Temos na Argélia o que é chamado “eleições legislativas”, e há partidos que pregam o governo “islâmico”e há outros partidos que não querem um governo islâmico. Qual a sentença sobre o eleitor que vota a favor do governo não islâmico, sendo que esta pessoa ainda cumpre a oração?
Nos países que não adotam a lei islâmica, é obrigação dos muçulmanos se empenharem ao máximo para governar conforme a lei islâmica, e devem se unir para ajudar o partido que irá governar conforme a lei islâmica. Porém, ajudar quem convoca para a não aplicação da lei islâmica não é permitido. Deus, Altíssimo seja, disse: E que julgues, entre eles, conforme o que Allah revelou, e não sigas suas paixões, e precata-te de que eles te desviem de algo que Allah revelou para ti. Então, se voltam as costas, sabe que Allah deseja que sejam alcançados por alguns de seus delitos. E, por certo, muitos dos humanos são perversos. Buscam, então, o julgamento dos tempos da ignorância? E quem melhor que Allah, em julgamento para um povo que se convence (Al Maidah 49-50). Por isso, quando Deus esclareceu a incredulidade de quem não governa conforme a lei islâmica, alertou contra a ajuda deles ou tomá-los como aliados, e ordenou os crentes a temerem a Deus mesmo sendo crentes de verdade. Allah disse: Ó vós que credes, não tomeis por aliados os que tomam vossa religião por objeto de zombaria e diversão, dentre aqueles aos quais fora concedido o Livro, antes de vós, nem os incrédulos. E temei a Allah, se sois crentes (Al Maidah 57).
E o êxito é com a ajuda de Deus, e que a paz e a benção estejam com o Seu mensageiro.[3]
4- Conselho de Consulta dos Sábios (Egito) - Boletim No 11
Louvado seja Allah e que a paz e a benção estejam com o Seu mensageiro.
No sábado, aos dez dias do mês de zhil qi’dah do ano de 1432 da hijra, equivalente a 8 de outubro de 2011 d.C., o Conselho de Consulta dos Sábios reuniu-se e deliberou o que segue:
1. O Conselho convoca os egípcios a escolherem o melhor candidato nas próximas eleições, devendo escolher o candidato que tem capacidade, eficiência, integridade e zelo em adotar os assuntos da lei islâmica, sem intransigência a alguém ou a algum partido em detrimento do interesse geral.
2. O Conselho de Consulta dos Sábios aconselha os candidatos a preservação da identidade da nação, a conformidade com as disposições legais da religião sem negligenciá-las para que a confiança e o apoio não sejam enfraquecidos.
Que Allah proteja o Egito e todos os países muçulmanos de toda aversão e mal. E que a paz esteja com o mensageiro de Deus.
Membros do Conselho:
1- Dr Abdullah Shaker presidente
2- Sheikh Muhammad Hassan vice – presidente
3- Sheikh Muhammad Hussein Ia’qub membro
4- Sheikh Said Abdul Ázhim membro
5- Sheikh Mustafa ibn Al Ádawi membro
6- Sheikh Jamal Al Murakbi membro
7- Sheikh Abu Bakr Al Hanbali membro
8- Sheikh Uahid ibn Bali membro
9- Sheikh Jamal Abdul Rahman coordenador
5- Fatwa postada no portal islamweb
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