Entre a vida e o crack
QUI , 12/1/2012
REDAÇÃO ÉPOCA BRASIL, SAÚDE & BEM-ESTAR TAGS: 120112, CRACK, DROGAS, FOLHA DE S. PAULO
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O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta quinta-feira (12) uma galeria de fotos em que mostra mulheres grávidas usuárias de crack que ficam na região da Cracolândia, centro de São Paulo.
Mulheres com idades entre 19 e 29 anos passam dias nas ruas usando a droga. Algumas estão no início da gravidez, outras estão à beira de dar à luz, como Lilian Bastos e Souza, de 26 anos, que está com nove meses de gestação. Ela é soropositiva e começou a usar cocaína aos 22 anos e, em seguida, o crack. Já tem uma filha, que mora com o irmão.
| “O impacto do crack na gestação tem sido objeto de vários estudos, mas ainda há controvérsia sobre os efeitos a longo prazo na criança. A questão é: como separar as sequelas da droga de outros fatores também presentes na vida da gestante dependente, como alcoolismo, tabagismo e desnutrição?” |
Em junho do ano passado, ÉPOCA publicou a reportagem “Os bebês do crack”, da repórter especial Cristiane Segatto, em que contava o drama de dois gêmeos prematuros que recebiam cuidados no hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, em São Paulo. A mãe das crianças, que tinha 22 anos, deu à luz e nunca mais voltou. Ela é supeita de ser usuária de crack. As crianças cresceram abaixo do peso, respiravam com a ajuda de aparelhos e precisaram ser alimentadas por meio de uma sonda.
| “O consumo de crack durante a gestação é um grave problema médico e social”, afirma Corintio Mariani Neto, diretor do hospital. Ele diz que a droga pode provocar diversos problemas: descolamento da placenta, falta de oxigenação, retardo do crescimento, baixo peso no nascimento e morte neonatal. Quando o bebê sobrevive, surgem preocupações sobre a extensão dos danos provocados pela droga. Há os problemas visíveis e imediatos e há os danos posteriores, relacionados ao desenvolvimento – sobre os quais ainda se sabe pouco. Quando a grávida usa crack ou cocaína, o bebê costuma nascer hiperexcitado, irritado, choroso. É sinal de que a droga chegou ao cérebro e pode ter provocado alterações de desenvolvimento. Mas o resultado desse contato precoce só pode ser observado anos depois, quando a criança começar sua vida escolar. |
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