quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

'' BESTIAL BACANAL DO BIAL "

ALBERTO MORAES.

Experimente dizer a alguém para não assistir o "Bestial Bacanal do Bial" e ouvirá como resposta: "Estou me divertindo. É inofensivo. Já vou desligar". Enquanto riem do que veem.
Não podemos culpá-las. Jovens, crianças, trabalhadores (as), donas de casa que acabaram de lavar a louça do jantar. Estão naquele momento em que as pessoas só querem relaxar e tirar a mente de qualquer coisa séria.
Todos sabem que essa é a realidade de milhões e milhões de famílias de todas as classes sociais e regiões do país.
Minha filha caçula e colegas discutem animadamente sobre o Big Brother Brasil.
Torcem por rapazes marombados e desprovidos de neurônios, que consideram “lindos”. A mãe acha ótimo terem o programa para discutir.
Poderiam discutir uma boa teledramaturgia, por exemplo. Não precisaria ser esse lixo. Mas como não lhes oferecem coisa melhor, então “se viram” com o que têm.
Isso ocorre na residência de um ativista político de esquerda, que desde que seus três filhos eram bebês – sendo dois adultos, hoje – prega contra a baixaria na tevê. Imaginem o que acontece em famílias sem influência política ou intelectual…
Inevitável. É “isso” o que temos na tevê aberta, no Brasil. Baixaria, vulgarização do sexo, bebedeira, ódio, mesquinhez, violência, inveja, desonestidade. Esses são os valores que essa mídia, um direito e uma propriedade da cidadania, incute em nossa juventude, em nossa infância e até em faixas etárias mais maduras.
Esse programa, porém, supera tudo o mais que há de ruim na tevê, não só por seu alcance, mas também pelos exemplos de lassidão dos costumes, do comportamento em sociedade. É um pisotear incessante de valores elevados que a tevê deveria difundir, mesmo que seja por sua condição de concessão pública.
O cinema ou o teatro que as tevês exibem, por exemplo, via de regra, mesmo exibindo comportamentos inaceitáveis, sempre terminam oferecendo a premissa de que o mau comportamento não compensa e de que tem um preço. Programas como o BBB, não. Aqueles ignorantes que discutem com virulência, mentem, traem, banalizam o sexo, destilam preconceitos de toda ordem, ganham pelo que fazem. Nem que seja fama.
Quanto daquilo ficará na alma da juventude? Que influência assistir a esse tipo de comportamento terá nas mentes mais simples? É liberdade de expressão vender a idiotia, a covardia, os maus instintos todos como características de jovens "marombados", “descolados”, desprovidos de "massa cefálica"?
O país suporta passivamente essa bofetada na face em que se consiste cada programa Big Brother Brasil, ano após ano. E, com a queda de audiência no Brasil de um programa que deixou de ser exibido no resto do mundo por falta justamente de audiência, pode-se prever que a apelação da Globo só fará aumentar.

E não há uma mísera autoridade que diga um “A”. Interessam ao poderosos ter a massa bestializada. Atente-se juventude. Desperta Brasil !
 ·  ·  · Ver amizade · há 3 minutos

Nenhum comentário:

Postar um comentário